pazé

Pazé, A coleção (2009)

No século XIX, corredores de diversos palácios na Europa (a moradia da nobreza) foram adaptados para tornarem-se galeria de museus, dando origem a uma expografia do acúmulo de quadros em uma vasta e contínua parede que guarda as muitas obras de uma coleção (seja ela pública ou privada) – muito diferente dos museus contemporâneos, que são previamente concebidos em nome dos espaços livres e fluídos. O cubo branco surge, em tese, para priorizar a obra, sem interferência do espaço, tampouco das molduras. O trabalho de Pazé recupera, com humor, a expografia do acúmulo, testando não apenas os seus sentidos, como também os da reprodutibilidade da arte em escala global – possível desde o surgimento das gravuras – recriado por ele através da tecnologia do design e do adesivo. Nesta nova montagem, essa obra-expografia remete também, tanto pelo aspecto visual do vinil como pelo ato de colá-lo, às lojas vizinhas na galeria comercial do museu. Com isso, esconde a opulência do bloco central de mármore da arquitetura do edifício Louvre, que, por sua vez, encobre a caixa do elevador central do prédio. Para a arquitetura moderna, o ornamento era um crime; muitos vão pensar o mesmo de esconder tamanho luxo na entrada da exposição com meras cópias em adesivo.

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