laura vinci

Laura Vinci, Cubo branco (2016)

Laura Vinci ocupa uma loja comercial no mezanino do edifício Louvre. Através de sistemas automatizados, regulados previamente pela artista, a sala de vidro se enche e se esvazia de fumaça branca densa, preenchendo-a até o limite, quando começa a escapar do volume dado pelo imóvel. Nesse momento, a fumaça começa a refluir e esvazia a sala até que ela volte à sua condição inicial, criando um movimento lento e contínuo, que pode ser visto por aqueles que circulam pelos corredores, através dos vidros de ambos os lados da loja. Prosseguindo pesquisas anteriores, chama a atenção o espaço ocupado por matéria branca que se impõe sobre a arquitetura interna da sala e a opõe ao seu entorno. A densidade do material é mínima, apenas o suficiente para garantir seu movimento e manter sua visibilidade. A fumaça, inicialmente contida num sistema de tubos de vidro, escapa esse primeiro volume para encontrar um outro, dado pela sala. Através apenas dessa substância, Laura cria uma espécie de escultura, que não é modelada pelas mãos da artista, mas sim pela própria arquitetura ali contida. A dimensão da materialidade da instalação termina quando o volume da sala permitir, para se desfazer e refazer.

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