
São Paulo se tornou, há algum tempo, uma das capitais gastronômicas do mundo. A origem está, provavelmente, na quantidade e variabilidade da imigração na cidade, que se renova até hoje. Todavia, muitos restaurantes acompanham a valorização dos mercados, tornando-se cada vez mais um outro tipo de negócio: expandindo-se através de franquias e perdendo sua relação original com a comunidade. O Guía San Pablo recupera o restaurante como lugar do encontro e da memória, pesquisando há alguns anos estabelecimentos, muitos também de imigrantes, que surgem nos arredores do centro da cidade. Lugares pequenos, com nenhuma divulgação, bom preço, excelente comida e com uma relação afetiva entre clientes e donos, que se opõe claramente aos guias, prêmios, estrelas que hoje dominam a cena gastronômica local e global. Há, ainda, o fenômeno dos restaurantes de museus, além das tentativas variadas de aproximar comida e arte. O Guía San Pablo, por sua vez, encontra nesse novo trabalho outra alternativa: criar o restaurante do museu pirata. Importando pratos de restaurantes, derivados de suas pesquisas anteriores, misturando-os em uma curadoria self-service de sabores e histórias para dar origem a um inesperado restaurante paulistano.
Guía San Pablo: Nicolás Linares, Pablo Saborido, Fabio Riff, Fabrizio Lenci, Rodrigo Oliveira e Thomas Frenk