

os 9 dias em cena
Rojo Indio é uma pintura na calçada na frente do terreno, na altura do número 268 na rua da Consolação, e Mestre Vermelho é uma série de lambe-lambes espalhados ao redor do quarteirão-triângulo. A artista vem investigando essa cor que além de nomear um tom do óxido de ferro está carregada de outros significados. Índio, por um erro de Colombo passou a ser o termo para se referir aos povos nativos ameríndios, e Rojo (vermelho), cor que carrega uma série de significados sócio-políticos: os índios pele-vermelhas, a esquerda e o comunismo. A pintura foi realizada com a cor rojo indio na tradicional calçada de São Paulo de pedras portuguesas que representam o mapa do estado. A falta de conservação fez com que partes dela fossem tampadas com cimento, local usado para as pinturas de Gamarra que reconectam o mapa com outras linhas, como rastros dos índios dizimados num estado como São Paulo que costuma homenagear seus bandeirantes. A abstração dessas linhas também faz também eco com as pichações no portão do terreno, ininteligíveis para as pessoas fora do universo do picho, e que marcam seu território em uma metrópole tão desigual. O nome da tinta utilizada em Rojo Indio não possui uma tradução para o português que mantenha essa abertura de interpretação. Sandra então criou o Mestre Vermelho que poderia ser contatado através do email mestrevermelho9@gmail.com que se espalhou pelo quarteirão-triângulo em forma de lambe. O babalorixá do 3º ato: o verso, num trabalho coletivo de 9 dias, abriu portas, mentes, corações e eliminou obstáculos mentais, burocráticos e materiais.