pontogor

Pontogor, DEUS DIABO HOMEM (2015)

22 de abril de 2019

Pontogor trabalha com vídeo, instalação, performance e música. O artista encerrou o 3º ato: o verso com uma performance em que os personagens são três caixas de som, cada um com sua respectiva trilha: Deus, Diabo e Homem. A obra concebida originalmente para a exposição Permanências e Destruições (2016) no Rio Janeiro tinha as três caixas de som formando um triângulo equilátero, já em sua remontagem entre duas saídas de incêndio na garagem do edifício Louvre, ela se tornou amórfica. Uma pequena janela nessa passagem nos dava a dimensão de onde estávamos, e era possível ver os versos dos edifícios pela última vez através da perspectiva da exposição. Esse som que vazava por todo quarteirão era composto pela racionalidade, pela matemática e pela teoria do Homem, com trechos da obra de Bach sendo executadas em um órgão, o Diabo em guitarra através de trítonos, notas musicais banidas pela Igreja na Idade Média e Deus, em que o artista Tom foi convidado para vocalizar o que quisesse sem a interferência do artista, abrindo a obra para o acaso. O encontro dessas três figuras produziu uma sonoridade trágica, um lamento pelo terreno fechado, mas também um grito de revolta que quer ser revolução, nascimento e morte ao mesmo tempo, um som exaurido, mas que segue ecoando.

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