ludovica carbotta

Ludovica Carbotta, Monowe, uma entrevista (2017)

15 de abril de 2019

Há alguns anos Ludovica Carbotta trabalha a partir de Monowe, uma ficção de uma cidade de uma só pessoa. Nessa versão do projeto, a artista propõe uma dramaturgia a partir de uma conversa do seu único habitante consigo mesmo, materializada através de uma caixa de som. O ator-performer carrega sua própria voz em um dispositivo tecnológico, mas não a reconhece. O público é levado, através das imagens que atravessam o texto, a esse mundo distópico e ao mesmo tempo concreto e real. A narrativa de Monowe reverbera diversas situações contemporâneas que deslocam radicalmente a experiência urbana como concebida originalmente, como as cidades vazias chinesas erguidas para realizar especulações financeiras; a profusão de aplicativos que possibilitam viver sem conviver com ninguém; ou, ainda, a maneira como as pessoas falam sozinhas nos espaços públicos quando enviam e escutam áudios de WhatsApp. Para essa remontagem, performou-se dentro do terreno-coliseu, ativando sua função de palco vazio rodeado de prédios monumentais. O texto questiona inclusive como seria o museu nesta cidade, o que estabelece novas conexões do trabalho a partir de sua presença no louvre.

Performer: Jesuíta Barbosa

Contribuições de roteiro: Carlo Fossati, Gian Antonio Gilli, Orizzontale, Matteo Alis Respino, Sara Filippi

Tradução: Fernanda Morse

Registro em vídeo: Fábio Audi

Agradecimentos: João Turchi, Julia Pedreira

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